terça-feira, 26 de julho de 2016

Professores lutam por nomeação na Seduc

Diário do Pará, 26/07/2016
Vestidos de preto e com capelos - espécie de chapéu, característico das cerimônias de formatura, cerca de 40 professores se reuniram em frente ao Fórum Cível de Belém, na manhã de ontem, para cobrar o cumprimento de uma decisão judicial que, desde setembro de 2015, determina a nomeação dos aprovados no concurso C-167, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O certame foi realizado em 2012 e ofertou vagas para as modalidades de educação especial e ensino religioso.
Já tendo conseguido, através de muita luta, que o tempo de validade do concurso fosse prorrogado por mais 2 anos, a categoria tem até o dia 28 de dezembro deste ano para garantir que as nomeações sejam realizadas. Desde que o concurso foi realizado, os aprovados dentro das vagas imediatas ofertadas já foram empossados. A nomeação dos 799 aprovados em cadastro de reserva se faz necessária, segundo os profissionais, já que existem cerca de 700 professores que foram aprovados em outros concursos, mas que estão ocupando de forma irregular as vagas destinadas especificamente aos profissionais com qualificação, nas modalidades de educação especial e ensino religioso.
Presidente da Associação dos Concursados do Pará (Asconpa), José Emílio Almeida explica que a luta da categoria é para garantir o direito dos profissionais que foram aprovados no certame C-167. Já que são concursados em outros certames, os professores que atuam hoje nas áreas não perderiam o emprego, seriam apenas remanejados de volta às suas funções de origem, deixando com que os aprovados no concurso específico tivessem assegurado o direito de assumirem seus cargos. “A Seduc alega que não tem vaga para chamar os aprovados no concurso, mas como, se tem servidores em desvio de função ocupando as vagas?”, questiona.

QUALIFICADOS
Uma das profissionais que aguarda nomeação para a modalidade de ensino religioso, a professora Bernadeth Mamed, 59 anos, destaca que os aprovados no concurso C-167 são qualificados especificamente para essa função. Para ela, permitir que professores de outras disciplinas ministrem essas aulas é desvalorizar o trabalho dos que se especializaram nesta temática. “Trabalhamos os fenômenos e os valores religiosos. Nós fomos qualificados para esta função”.

QUEREMOS TRABALHAR, DIZ PROFESSORA APROVADA
Durante a reunião realizada ontem (25), o Ministério Público solicitou que o Estado fornecesse a lista de lotação dos professores que não fizeram o concurso C-167 e que estão atuando na educação especial. Ao final, o Estado sugeriu produção de prova pericial acerca do caso e indicou o Prof. Dr. Fernando Cordão como perito capacitado. O Ministério Público concedeu ao governo o prazo de dez dias para apresentar o currículo do perito para avaliação. Para Emílio Almeida, a indicação de um perito é “irrelevante e desnecessária, deixando clara a intenção do governo de adiar ainda mais o cumprimento da determinação do concurso”, já que, para a Associação, já está comprovado que houve desvio de função.

OUTRO LADO
Em nota, a Seduc informa que os referidos servidores que hoje estão lecionando na modalidade educação especial não estão em desvio de função. Todos ingressaram no Magistério, também através de concurso público e demonstraram aptidão para a educação especial e se qualificaram para a função. A Seduc está levando esse argumento em juízo e aguarda posição favorável da justiça para manter os atuais servidores no quadro da Secretaria, encerra o texto.

LUTA POR NOMEAÇÃO
Enquanto a situação não se resolve, a professora Kátia Cilene Soares, 39 anos, do município de Augusto Corrêa pede pelo direito de ser nomeada. Aprovada no concurso para a modalidade educação especial, ela até hoje aguarda pelo momento em que verá sua convocação. Enquanto isso, ela protesta. “A nossa luta é para que sejamos chamados. Queremos trabalhar”, destaca.

EM NÚMEROS
799 aprovados em cadastro reserva, em certame específico para educação especial e ensino religioso, aguardam nomeação desde 2012.

Cintia Magno

3 comentários:

Jéssica disse...

Vida de professor nesse país não é fácil não. Precisamos dar mais valor.

Cidadão Indignado disse...

Se os professores que estão trabalhando na educação especial de outros concursos não são desvios de função ,faço uma pergunta bem simples . Porque a seduc não permite que professores aprovados no concursos C-167, lecionem em suas licenciaturas no ensino regular na rede estadual ?
Da mesma forma que os desviou de função fazem na educação especial........

Anônimo disse...

Vc falou tudo cidadão Indignado.Faço minhas suas palavras.