segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Inscritos no concurso do ibama protestam quanto ao adiantamento da prova, que seguiu o horário de verão


Fotos: Lidiane Sousa de O Liberal
A tarde deste domingo (21) na capital paraense foi de frustração e revolta para os candidatos a uma vaga de técnico administrativo no concurso do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Com a antecipação do horário da prova, em função do Horário Brasileiro de Verão, dezenas de pessoas chegaram após o fechamento dos portões em vários pontos de realização do exame em Belém. Em um deles, situado em uma faculdade particular na Avenida Governador José Malcher, o número de pessoas que não puderam entrar foi grande. A prova estava marcada para iniciar às 14h, horário de Brasília.
O horário de verão teve início à meia-noite e segue até o dia 17 de fevereiro de 2013. A mudança vale para o Distrito Federal e 11 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Os outros estados da região Norte e a região Nordeste não aderem ao HBV.
Revoltados com a não especificação e orientação sobre a mudança de horário, eles interditaram a Avenida José Malcher por mais de uma hora, pedindo oportunidade de fazer a prova. Entre os candidatos está Keila Andrade, 30 anos, que mora em Paragominas. Ela conta que teve que sair às 3h30 da manhã do município para chegar a tempo. 'Estou revoltada. O Horário de Verão passou a vigorar na meia noite deste sábado para domingo e não teve nenhum aviso ou orientação sobre isso pela organização do concurso, já que o Pará não participa dessa mudança. Trabalho o dia todo e não tive tempo de ver os noticiários, já que teria que sair muito cedo de casa. Enfrentei seis horas de viagem e só hoje já gastei mais de R$ 100 com passagens e alimentação, fora apostilas e inscrição pra chegar aqui e não poder fazer a prova?', relata.
Mas Keila não é a única nesta situação. Joerbet Franco mora em Bragança, no nordeste do Estado, e teve que sair de madrugada para vir fazer a prova. 'Sai às 4h30 e cheguei aqui passava um pouco das 13h, e o portão já estava fechado. No cartão de inscrição estava que era horário de Brasília, mas a organização não deu nenhuma orientação sobre isso e não tinham muitos avisos na TV sobre a mudança nos estados com o Horário de Verão, já que não temos essa diferença aqui. Vou atrás dos meus direitos e de uma nova oportunidade de fazer a prova', conta.
Assim que os portões foram fechados, centenas de pessoas se aglomeraram em frente ao local de prova e nenhuma pessoa foi encontrada na instituição para dar mais informações. 'O porteiro apenas avisou que o horário de entrada tinha encerrado', afirma Karina Santos, de Belém.
Durante o protesto, os candidatos retiraram as listas de alunos afixadas na parede da faculdade e assinaram ao lado de seus nomes para comprovar o número de pessoas que não puderam fazer a prova. 'Vamos fazer um boletim de ocorrência para tentarmos solucionar nosso problema. Não quero meu dinheiro de volta, quero, assim como todos aqui presentes que estudaram e investiram neste concurso, uma oportunidade para fazer uma nova prova', afirma Karina.
Entre os candidatos que conseguiram fazer a prova estava Leandro Frazão, de 19 anos, que foi um dos primeiros a deixar o local. Ele conta que a prova foi tranquila e que procurou ficar atento à mudança de horário. 'Por precaução cheguei aqui por volta das 11h50 e consegui entrar. A prova estava boa, sem grandes surpresas. Só me espantei com o número de faltosos. Só na minha sala, uns 25% devem ter faltado', relata Frazão.
 
Concurso
Candidatos de várias cidades do país disputam uma vaga para o cargo de técnico administrativo no Ibama. Ao todo 300 vagas foram distribuídas entre as cidades de Belém, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Palmas, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Teresina e Vitória. O maior número de vagas (140) é para Brasília. Em seguida vem o Pará, com 22 vagas, e Mato Grosso do Sul, com 18 vagas. A remuneração é R$ 2.580,72 para jornada de 40 horas semanais.
A prova é objetiva com avaliação de conhecimentos básicos, composta pelas disciplinas de língua portuguesa, noções de informática, atualidades, matemática e ética no serviço público, e específicos com noções de direito constitucional, direito administrativo, legislação do setor de meio ambiente (Ibama), noções de administração, orçamento, finanças e contabilidade pública, além de gestão de pessoas e arquivologia.
O Portal ORM tentou contato com o Cespe/Unb, instituição realizadora do exame, assim como o Ibama, mas ninguém foi encontrado para mais esclarecimentos sobre o caso.

Um comentário:

Anônimo disse...

A ASCONPA deveria se posicionar com relação ao concurso de professor permanente do IFPA. O edital parece que foi feito de maneira desleixada cheio de falhas, sairam inúmeras erratas, o calendário foi modificado duas vezes, a lista final com a demanda dos candidatos saiu cheia de erros e nesse momento o edital está suspenso. Sem falar que saiu no memso período de todo aquele escândalo que o IFPA atravessou. A ASCONPA deveria lutar pela ANULAÇÃO do presente edital, pois eu como inscrito me sinto lesado, enganado e confuso.