quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Referência nacional em saúde sofre com falta de técnicos — e não nomeia concursados

O Instituto Evandro Chagas, sediado em Belém do Pará, é um dos mais importantes centros de pesquisa científica da Amazônia na área da saúde pública e meio ambiente. É referência nacional para a vigilância e diagnóstico de diversas doenças como dengue, gripe A H1N1, febre amarela, rotaviroses, malária, hepatites virais e leishmanioses.
Coisas do Brasil: durante os 75 anos de existência da respeitada, veneranda instituição, organismo federal, ligado ao Ministério da Saúde por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, um único concurso público foi realizado — em 2010 — para o provimento de 392 vagas. O concurso teve a duração de um ano e seu resultado foi homologado em duas etapas: junho de 2010 e março de 2011.
Desde então, apenas 93 pessoas foram nomeadas. Parlamentares da bancada paraense têm cobrado as nomeações ao Ministério do Planejamento, explicando as necessidades do IEC e sua importância para a saúde pública do país e, sobretudo, da Amazônia.
Contudo, em recente nota informativa, o Ministério — que está enrolando os cientistas e técnicos aprovados desde 2010 — responde que as nomeações ainda dependem de “análise sistemática, à luz das necessidades do órgão e da disponibilidade orçamentária”.
Enquanto isso, conforme se pode constatar no noticiário da mídia, aumenta o número de casos de dengue no Pará e de várias doenças negligenciadas que atingem as sempre conformadas, silenciosas populações amazônicas.
Os pesquisadores do Instituto são há tempos vítimas da indiferença federal.
Em julho do ano passado, registrei aqui que seus pesquisadores não recebiam salários há cinco meses. E, a despeito de sua reputação, abrigava apenas 33 pesquisadores em seu quadro efetivo. Ao longo dos últimos 16 anos, para suprir a demanda, foram adicionados 74 pesquisadores por meio de bolsas ou contratos temporários.
Vários desses pesquisadores, aprovados no concurso, estão esperando, sentados, pela nomeação a que fazem jus.

3 comentários:

Anônimo disse...

Emílio como vamos cobrar as nomeações que estão para expirar???? A SEAD vai informar quais secretarias irão chamar e a quantidade????

Anônimo disse...

Me sinto de mãos atadas sem ter a quem recorrer diante desta situação lamentável. O dr Alan Mansur entrou com uma ação judicial com provas de que existem terceirizados e contratados no lugar dos concursados. E o que o juiz fez? INDEFERIU. É Brasil, é palhaçada!!! O que faremos então? Confio em Deus, mesmo assim não deixo de me indignar.

Clarissa disse...

como eu queria ser nomeada, espero ver essa noticia logo!!!