Um estudo da Fundação Getúlio
Vargas (FGV) Direito Rio e da Universidade Federal Fluminense (UFF) aponta
problemas nos concursos públicos federais. Entre eles, provas que não avaliam
as experiências e conhecimento do candidato
e má gestão. As duas instituições propõem mudanças no processo de recrutamento
para o serviço público.
Para reverter esse
cenário, o estudo propõe medidas, como o fim das provas objetivas (múltipla
escolha). De acordo com o levantamento, cerca de 97% das provas aplicadas em
698 seleções, entre 2001 e 2010, seguiam o modelo. A proposta é o uso de
questões escritas discursivas que abordem situações reais a serem vivenciadas
pelos futuros contratados. Além disso, defende a aplicação de prova prática nos
casos em que a discursiva for insuficiente para avaliar a qualificação do
candidato.
Outra proposta é impedir
o candidato de se inscrever para o mesmo concurso mais de três vezes. O estudo
constatou que acima de um terço dos inscritos não comparece ao certame. "A
realização das provas é algo caro. A intenção é que o candidato se inscreva
quando tiver condições de passar [aprovado]", explica Fontainha.
O segundo, o
recrutamento burocrático, visa a admissão de profissionais já inseridos na administração
pública. Para participar, o candidato deve ter ao menos cinco anos de
experiência. As provas serão sobre o ambiente do serviço público. Já o
terceiro, o profissional, irá avaliar quem atua no mercado e tenha experiência
mínima de dez anos. Neste caso, o candidato é avaliado sobre conhecimentos de
mercado e da administração pública.
Em relação às provas, a
sugestão é criar uma empresa pública para gerir os concursos e elaborar os
exames. O levantamento detectou a presença majoritária de sete institutos e
centros responsáveis pela elaboração das provas, entre eles o Centro de Seleção
e de Promoção de Eventos Universidade de Brasília (UnB), que detém a maior
fatia do mercado.
A Associação Nacional de
Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac) estima movimento de mais de R$ 30
bilhões no setor. "É uma questão que tem que ser debatida. Devemos
analisar se é mesmo necessária a criação de uma empresa pública ou se é
necessário apenas regular o mercado de uma forma diferente", disse o
coordenador de Negócios do Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e
Assistencial Nacional (Idecan), Bruno Campos. O instituto também organiza
seleções.
Para os pesquisadores,
os três anos estabelecidos pela lei para o estágio probatório devem ser
destinados rigorosamente para capacitação, sendo no primeiro ano, com aulas
presenciais, e nos demais, início do exercício do cargo com acompanhamento de
um servidor experiente.
De acordo com a Nayara
Teixeira Magalhães, consultora acadêmica do projeto Pensando o Direito - parceria
entre o Ministério da Justiça e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), o ministério e os demais 20 parceiros da pesquisa irão
analisar as propostas. Uma versão final do relatório deve sair até o dia 15 de
abril.
4 comentários:
E o depois da prova ninguém fala enquanto isso o gesto vai continuar nomeando se e quando quiser os concursados!
Discordo quando a reportagem fala sobre a proibição de se inscrever num mesmo concurso várias vezes, pq se eu quero fazer a prova inúmeras vezes eu tenho a esperança de um dia passar. Como dizem por aih, a esperança eh a ultima q morre.
legal todas essas exigencias, mas ninguem leva em conta o fato das nomeações virar ma brincadeira, gastamos nossos dinheiro gastamos nosso tempo estudando para ser aprovado e na hora da na nomeação nada acontece. a cada dia o mercado de trabalho exige mais do profissional;porem, da menos valor.
Aqui no estado do Pará varias prefeituras leva anos pra nomearem metade dos concursados e a outras vagas ficam com os temporarios o governo apenas cobra com impostos e mais exigencias não demonstra respeito para com as pessoas
Não concordo com as pesquisadores quando eles falam sobre a questão da experiencia, pois creio que deve-se dar as mesmas oportunidades de todos participarem e ingressarem no serviço público.
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