Escola Bosque agoniza e Prefeitura ignora

Referência no atendimento de alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental, do EJA e do Ensino Médio Técnico Profissionalizante, com fundamento na prática pedagógica da Educação Ambiental, a Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque “Professor Eidorfe Moreira”, está passando pela maior crise de sua história.

Criada em 1995, a Escola Bosque, atua na Ilha de Caratateua (Outeiro), onde está localizada a sua sede, além da Escola da Pesca. E em mais seis locais, entre eles a Ilha Jutuba, que atende crianças de 4 a 12 anos, da Educação Infantil ao 5º ano. Em todos esses locais o que se vê é descaso e abandono por parte da Prefeitura de Belém.

Apenas para se ter uma ideia do abandono em que se encontra a instituição, na Ilha de Jutuba os utensílios de merenda escolar são lavados com água suja, a mesma água é usada para fazer funcionar o velho gerador de energia, que está sempre com problemas e que por isso quase nunca funciona.

Nesta UP existem dois geradores, o mais novo custou R$ 20 mil, apesar de o preço de mercado não ultrapassar R$ 4 mil. Lá, as unidades construídas para servirem de banheiros estão soltando do prédio principal e podem cair a qualquer momento. Uma solução encontrada pela Prefeitura foi colocar cabo de aço para segurar a escola, evitando que ela desabe.

Como a ponte do trapiche da escola, está com os esteios de sustentação corroídos e correm risco de desabar, a atual presidente da Escola Bosque, a advogada Carol Rezende, muito conhecida pela atuação como cabo eleitoral de Jatene e Zenaldo, prometeu, à comunidade da ilha de Jutuba, construir um trapiche e uma ponte novos. Para isso, Carol já pagou R$ 50 mil apenas pelo projeto do trapiche, que seria em alvenaria flutuante, iludindo com a falsa promessa a população ribeirinha.

Outra promessa jamais cumprida foi a construção de um sistema de captação de água da chuva para servir a UP Jutuba.

Em Jutuba também falta merenda. Por vários dias os alunos comem apenas feijão com arroz. O tempero é comprado e doado pelas professoras da unidade.

O histórico de confusões e abandono da Escola Bosque não é de hoje. No ano passado, após diversas denúncias, servidores concursados e a comunidade local, conseguiram fazer o prefeito Zenaldo Coutinho exonerar o presidente Fabrício Modesto, amigo pessoal e por diversas vezes candidato a deputado e vereador, pelo PSDB. Entre as denúncias contra Modesto estavam a de praticar assédio moral contra funcionários do órgão e de fazer caixinha de campanha para a eleição de Zenaldo em 2012.

Na próxima terça-feira, dia 6 de outubro, os servidores concursados, acompanhados do presidente da Asconpa, José Emílio Almeida, vão protocolar denúncia no Ministério Público do Estado.