domingo, 28 de agosto de 2011

Asconpa pedirá anulação do Concurso Público C-149

Para o presidente da Asconpa, José Emilio Almeida, o pedido de anulação será feito também porque o Estado não observou a ordem de classificação dos aprovados no concurso.
A direção da Associação dos Concursados do Pará reúne na próxima quarta-feira, dia 31 de agosto, às 17 horas, para fazer os últimos ajustes no sentido de propor uma Ação Civil Pública a fim de anular o Concurso Público C-149, realizado em agosto de 2009 pelo governo do Estado para provimento de vagas para Delegado, Escrivão e Investigador da Polícia Civil do Pará.
A ação judicial será fundamentada em comprovadas irregularidades nas nomeações de candidatos para o cargo de Delegado, ferindo os princípios da moralidade e da impessoalidade, conforme previsto na Constituição Federal, comprometendo assim a legalidade e a necessária lisura do certame. Várias autoridades do Estado, do Executivo ao Judiciário, serão réus na ACP, a exemplo da secretária de Administração, Alice Viana Monteiro, o procurador Geral do Estado, Caio Trindade e o atual secretário de Segurança Pública do Pará, Luiz Fernandes Rocha, bem como seu filho Fernando de Souza Rocha.
Conforme estabelecido no Edital nº 01/2009-SEAD/PCDA, o número de vagas para o cargo de Delegado era de apenas 50 vagas, sem cadastro de reserva (CR). No entanto, em outubro do ano passado, o governo homologou o concurso empossando 58 delegados. Ou seja, oito candidatos a mais do que estava determinado no edital. Entre eles, consta Fernando de Souza Rocha, contra quem pesa também o fato de ter sido, poucos meses depois, nomeado para cargo de Diretoria de Assessoramento Superior - DAS, em menos de um ano no cargo de delegado.
Segundo nota assinada no dia 20/06/2011, pela Secretaria de Segurança Pública e enviada para a imprensa, Rocha foi eliminado do concurso por estar doente e não ter participado da prova física, sendo beneficiado por uma decisão judicial, que lhe garantiu realizar a prova em outra data. Sua nomeação foi efetivada no dia 15 de outubro de 2010. 
Mas a nota oficial nada diz a respeito de, apesar do pouco tempo de atuação, Rocha ter sido nomeado para o cargo comissionado de titular de Delegacia, conforme Portaria 3.217/2011, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), de 25/04/2011, contrariando a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que trata do tema do nepotismo no serviço público: "A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".
Dezenas de candidatos que já possuíam decisões judiciais para continuar no certame e cursar a Academia de Polícia (Acadepol) foram alijados, e apenas um grupo de 22 pessoas foram convocadas para fazer o Curso Técnico de Formação, entre esses candidatos existem vários parentes de desembargadores, juízes  e outras autoridades do Estado, entre os quais existem candidatos que obtiveram notas inferiores às exigidas no edital, como o próprio Estado admite em Nota Técnica emitida pelo Procurador Geral do Estado Caio Trindade.
Segundo o presidente da Asconpa, José Emilio Almeida, “as irregularidade nas admissões dos 30 candidatos - ainda que tenham sido convocados em obediência às liminares, como alega o governo - ocorrem principalmente pelo fato de o Estado não ter observado a ordem de pontuação e classificação daqueles candidatos que possuem liminar, conforme prevê o Edital do concurso”.
Ainda segundo Almeida, “A gravidade está também no fato de o governo ter ignorado todos os outros candidatos subjúdices, selecionando apenas um grupo, onde existem alguns parentes de autoridades do Judiciário paraense”.
Recentemente, o próprio procurador Geral do Estado, Caio Trindade, reconheceu, em Nota Técnica enviada a Assembleia Legislativa, que nada poderia fazer em relação às irregularidades, pois deveria apenas cumprir as ordens judiciais e uma Recomendação emitida pelo Ministério Público do Estado.
Mas, para o presidente da Asconpa, “a recomendação do Ministério Público se deu no sentido de aproveitar os candidatos que possuíam liminares, mas, o Estado foi quem escolheu quem deveria ser "aproveitado", ou seja, de inúmeros candidatos que possuíam liminares à epoca da recomendação, o Estado apontou apenas 22, o que já revela uma irregularidade que deve ser apurada."
Outra questão importante que deverá ser objeto da ACP é o fato de a Procuradoria Geral do Estado adotar "opções processuais" diferentes para a mesma situação, ou seja, nos processos de alguns candidatos a PGE "prefere" deixar parado, inclusive não apresentando manifestação no prazo legal, a exemplo do processo do candidato Fernando Rocha, enquanto que em outros processos, ela atua com rigor para que o candidato seja retirado do concurso.
Para Emílio, "o Estado está conivente com as irregularidades. E atua como se houvesse um acordo de cavalheiros, envolvendo várias autoridades para beneficiar parentes de forma cruzada e burlar o Lei do Nepotismo através do Concurso Público, cabendo à PGE a responsabilidade de defender o Estado diante dessas ilegalidades e imoralidades, o que não está sendo feito. Por isso a Asconpa intentará a competente ACP, bem como todas as ações que se fizerem necessárias, no sentido de anular o concurso C-149. Iremos à Brasília, ao STJ, ao STF se preciso for, mas traremos a legalidade de volta ao nosso Estado!"

8 comentários:

Anônimo disse...

Ferro neles ASCONPA

Anônimo disse...

Que a ASCONPA possa fazer a coisa certa, visto que PGE e TJ estão acobertando pessoas ligadas ao governo, não se importando em ferir os princípios da moralidade e da impessoalidade, parabéns a ASCONPA.

wandorocha disse...

EMILIO,BOM TRABALHO VC ESTA FAZENDO, SO DESTA FORMA TEREMOS RESPEITADOS NOSSOS DIREITOS.
GOSTARIA DE INFORMA QUE TAMBEM TEM CANDIDATOS AOS CARGOS DE INVESTIGADOR/ESCRIVÃO SUB-JUDICE, QUE FORAM APROVADOS NO CONCURSO, nas fases, teste fisico, exame medico,e aprovados no reteste do exame psicotecnico atraves de liminar, que garantia continua nas fases subsequentes, mas o TJ suspendeu as liminares assim como as dos delegados.

Anônimo disse...

Muito bem Sr. Emilio. Como é bom estar desprendido de partidos políticos , par apoderes lutares sem nenhum compromisso partidário.
A asconpa é livre para articular e executar sua s açoes que beneficie aqueles que de fato precisam de um apoio.
A Asconpa e´uma representaçaõ ativa dos anseios de muitas categorias trabalhista embutida em uam só a do concursados.

Anônimo disse...

Marcelo Rego dos Santos, Dilermando Pericles de Sousa e Juvenilson Basto da Silva, foram prejudicados com a atuação das autoridades que deveriam privar pelo correto andamento do referido concurso, o processo deles é de n201130075208, está parado no TJ/PA, devido um ordem geral para nenhuma ação ser deferida, mas por outro lado somente as ações dos "20 protegidos" foram contemplados. Senhor EMILIO, estamos do seu lado, e estamos acompanhado essa luta, esses tres candidatos passaram em todas as fases conforme está no Site do MOVEM e não foram chamados para a academia.

Anônimo disse...

O secretário Luiz Fernandes já emplacou seu filho na PC, agora será a vez do DPC Brivaldo Soares, ex delegado geral e amigo do secretário, emplacar o seu.

Lucimar disse...

Parabéns Emílio pela tua determinação, é de pessoas como você que luta pelo que é justo e certo que nosso país precisa. Parabéns!

Anônimo disse...

Sou Maria concursada da SEDUC, estou de direito, mas não de posse pois até o momento ainda não fui convocada para assumir meu cargo de Técnica em Educação, tenho dois primos que foram aprovados em Técnico em Gestão e até agora não foram chamados, segundo pessoas que conheço lá na SEDUC que trabalham a mais de 20 anos me informaram que o Secretario de Educação em Gestão ainda mantem temporários que entraram desde o Governo da Ana Júlia, e até hoje estão la através de um ACORDÃO que mantem eles. O que fazemos diante de uma situação que até Acordão o Governo do Estado, teve que utilizar para manter temporários e nos que estudamos muito para ser aprovados estamos nesta situação.
Por favor Emílio vc é a única esperança que temos para acabar com esta situação, onde temporários ocupam nossas vagas, pois já se passaram 3 anos do concurso.
Muitos temporários sairam, porque outros são beneficiados nesta Secretaria de Educação, precisamos rever nossos valores como cidadãos, onde esta nossos direitos.
Parabéns pela sua atuação em favor de nossos direitos, pois contamos com seu apoio.